Os melhores sítios para mostrar animais às crianças nas Astúrias

Uma das características das Astúrias é a sua incrível natureza, pois possui uma rede invejável de espaços naturais protegidos, tanto de praias como de montanhas, alguns dos quais foram declarados Reservas da Biosfera. Por este motivo, as Astúrias são conhecidas como um paraíso natural.

As Astúrias têm muitos lugares para mostrar às crianças a fauna local. Aqui sugerimos alguns muito interessantes.

Entre os recursos naturais das Astúrias, destaca-se a fauna, pelo que é uma zona ideal para as crianças descobrirem e observarem muitos animais.

Viajámos muitas vezes às Astúrias com as crianças e aproveitámos sempre a oportunidade para lhes mostrar alguns dos animais que vivem nas Astúrias, alguns deles tão emblemáticos como o urso pardo.

Acreditamos que é importante conhecer a natureza para aprender a respeitá-la e cuidá-la, para que possamos continuar a desfrutar dela no futuro.

Adoramos aobservação de aves e, se tivermos oportunidade, gostamos de as observar em ambientes diferentes daqueles a que estamos habituados.

Um dos locais nas Astúrias onde desfrutámos da observação de aves foi a Ria de Villaviciosa, uma passagem importante para muitas espécies de aves marinhas.

Para conhecer este ecossistema, fomos ao Centro de Interpretação do Parque Natural da Ria de Villaviciosa, que se encontra na estrada que liga Villaviciosa a Tazones.

Trata-se de um centro de interpretação especialmente adaptado para que as crianças compreendam a importância deste ecossistema e conheçam as aves que aí se podem observar.

Após a visita, dirigimo-nos a um dos pontos de observação de aves, situado numa zona elevada junto ao centro, de onde se pode ver uma zona da ria. A partir daí, observámos diferentes espécies de aves, como garças , corvos-marinhos, maçaricos e maçaricos.

Além disso, o guia aconselhou-nos sobre os melhores locais para ver aves neste estuário, que é um dos mais ricos em termos biológicos das Astúrias.

À procura de lugares interessantes nas Astúrias para ir com os nossos filhos, encontrámos o Parque Pré-Histórico de Teverga. Aqui pudemos descobrir a origem da arte e visitar La Galería, um percurso educativo, e a Cueva de Cuevas, que é uma recriação do ambiente de uma gruta original, com uma réplica de algumas zonas com pinturas pré-históricas de três das melhores grutas da Europa.

Mas o ponto alto da visita para os nossos filhos foi fora do museu, pois pudemos ver alguns cavalos Tarpan e Przewalski, bisontes europeus, auroques de Heck, gamos e veados num recinto.

Disseram-nos que os bisontes europeus e os cavalos de Przewalski que ali vivem pertencem a um projeto de conservação destas espécies em vias de extinção. São duas espécies que estavam abundantemente representadas nas grutas paleolíticas do norte de Espanha, e agora o objetivo é evitar o seu desaparecimento.

Em 2014, nasceu a primeira cria de bisonte europeu neste ambiente, algo que não acontecia nas Astúrias há 10.000 anos.

Um dos percursos mais recomendados nas Astúrias, especialmente com crianças, é a Senda del Oso, em Proaza. Este percurso, que pode ser feito a pé ou de bicicleta, percorre uma via verde que aproveita o traçado de uma antiga linha de caminho de ferro, que foi construída para transportar carvão de Proaza e Teverga para Trubia.

Se quiser passear com crianças, pode escolher uma das secções. Nós fizemo-lo de bicicleta, começando em Entrago e terminando em Tuñón, já que praticamente todo o percurso é em descida.

Durante o percurso, desfrutámos de paisagens espectaculares, passando por florestas, desfiladeiros, pontes e túneis, com o rio Trubia ao nosso lado.

Uma das atracções do percurso é a possibilidade de ver dois ursos num recinto perto de Proaza.

O recinto foi criado em 1996 para albergar Paca e Tola, duas crias de urso resgatadas de um caçador furtivo que tinha matado a sua mãe. Como se tinham habituado aos humanos, já não era possível reintroduzi-los na natureza.

Tola morreu em 2018 devido à idade avançada, e agora Paca tem outra companheira, Molina, que foi resgatada depois de sofrer uma lesão na anca devido a uma queda.

Embora não seja a forma ideal de ver um urso, uma vez que não se encontram na natureza, é uma boa oportunidade para as crianças os verem de perto.

Há muitos anos que visitamos o Parque Natural de Somiedo e os habitantes locais disseram-nos que era comum ver ursos perto de algumas das aldeias da zona. Este ambiente é um dos poucos locais da Cordilheira Cantábrica escolhidos pelo urso pardo para viver.

Nunca tínhamos tido a sorte de os ver em estado selvagem, por isso, da última vez que estivemos nesta zona, inscrevemo-nos numa viagem de observação de ursos com um guia especializado.

Os passeios têm lugar ao amanhecer ou ao anoitecer, pois é durante estas alturas especiais do dia que os ursos estão no seu melhor e são mais fáceis de avistar.

As melhores alturas para ver os ursos são a primavera e o final do verão. Nós fomos em setembro e escolhemos o pôr do sol para observar os ursos.

O nosso guia levou-nos a uma zona de montanha onde montámos o telescópio, pois ele sabia que os ursos eram frequentemente vistos ali em busca de comida. Depois de algum tempo de observação com a ajuda de telescópios e binóculos, conseguimos finalmente ver como um urso aparecia entre a vegetação.

Foi uma experiência inesquecível!

A poucos minutos a pé do centro de Gijón, no passeio marítimo da praia de Poniente, encontramos o seu famoso Aquário. Aqui pudemos fazer uma viagem subaquática para conhecer os habitantes dos mares e oceanos do mundo.

Conta com 60 aquários de água doce e salgada nos quais pudemos ver a fauna que habita os rios asturianos, como o salmão, a truta e o esturjão, assim como diferentes espécies de anfíbios. E também a dos mares e oceanos de todo o mundo, com exemplares de polvos, baiacus, cavalos-marinhos, raias, caranguejos, moreias, tartarugas gigantes, anémonas... O mais espetacular era o enorme tanque central de tubarões.

O tanque com plásticos e outros detritos encontrados, tanto na praia como no fundo do mar, fez-nos refletir sobre a importância do mar e da sua preservação para as gerações futuras.

A ideia que muitas crianças têm do aspeto de uma vaca tem pouco a ver com a imagem das vacas de Somiedo. São vacas imponentes, adaptadas à montanha, vacas atléticas que têm uma agilidade impressionante para subir as encostas.

Quando fazemos um percurso pelo Parque Natural de Somiedo, os nossos filhos ficam sempre maravilhados ao ver como pastam nos lugares mais altos, que tanto nos custou alcançar.

Os melhores sítios para ver estas vacas de raça asturiana dos vales são as brañas, junto às cabanas com telhado de giesta, que parecem construções neolíticas.

Nestes locais, a imagem não podia ser mais bucólica: campos atapetados de um verde profundo e vacas de cor avermelhada que, à medida que se deslocam, tocam os seus chocalhos, acompanhando a banda sonora das montanhas.

Outro local onde as vacas não se parecem com mais ninguém são os arredores dos Lagos de Covadonga, que pareceria estranho visitar sem a sua presença.

Pensa-se que os Asturcones são descendentes dos cavalos representados nas pinturas rupestres. Os romanos já falavam dos pequenos Asturcones, uma das raças de póneis mais antigas do mundo.

Embora se trate de uma raça autóctone em perigo de extinção, existem alguns locais nas Astúrias onde ainda se podem ver asturcones em estado selvagem. O seu habitat são as montanhas escarpadas, o que os tornou muito resistentes.

São belos cavalos que pudemos ver na Serra do Sueve, no concelho de Piloña, onde não é raro vê-los a pastar e a correr à vontade.

Fomos a Belmonte de Miranda para visitar a Casa del Lobo, um centro de interpretação muito interessante que mostra como é o lobo (llobu, em asturiano), como vive, como se organiza, como comunica, como é o seu habitat, como caça e a sua relação com os humanos.

Após a visita, acompanhados por um guia do centro e por outros visitantes, fomos ver o recinto do lobo.

Para lá chegar, seguimos a chamada Ruta de la Castañal ou Senda del Lobo, durante 1,5 quilómetros ao longo de um caminho adaptado, ideal para famílias, mesmo com carrinhos de bebé ou de passeio.

Durante a caminhada, a guia explicou-nos que estávamos a passar por uma floresta de faias, castanheiros e carvalhos e disse-nos que pequenos animais poderíamos encontrar ali. Ela fê-lo de uma forma muito agradável para as crianças, que adoraram.

Uma vez no recinto dos lobos, pudemos observar 3 lobos a partir de um ponto de vista elevado.

Dois deles estão lá desde cachorrinhos, quando foram encontrados sozinhos depois de uma caçada. O terceiro chegou lá depois de ter sido abandonado pelo seu dono, que o tinha criado como cão. Os três já não podem ser devolvidos à natureza e encontraram ali um refúgio para viver, o que nos permitiu conhecê-los de perto, algo que fascinou os nossos filhos.