Voltar Guia para visitar Covadonga, os lagos e os arredores

Descubra Covadonga, os seus lagos e arredores
Covadonga, os lagos e a zona envolvente são um desses destinos únicos. Aqui está um mini-guia com os pontos de visita obrigatória nesta zona dos Picos de Europa.
Cuadonga/Covadonga, os lagos e os seus arredores são um desses lugares que é preciso visitar pelo menos uma vez na vida, e quando se está lá não se quer ir embora, e claro que se vai voltar.
Por outras palavras, é um daqueles lugares inesquecíveis, irrepetíveis, únicos, que nos deixam uma impressão eterna. Voltamos e voltamos e nunca nos cansamos. É sempre diferente.
Esta zona do leste das Astúrias, situada no Parque Nacional dos Picos de Europa, está muito bem comunicada. Cuadonga/Covadonga, a apenas oito quilómetros da cidade de Cangas de Onís - a primeira capital do antigo Reino das Astúrias - pode ser a sua primeira paragem.
Depois, a subida para os lagos proporcionar-lhe-á vistas e paisagens de cortar a respiração e, se for primavera/verão, encontrará a vaca montesa asturiana no seu habitat mais querido e, se olhar para o céu, aparecerão no horizonte numerosas aves e talvez um abutre?
Como vêem, este pequeno pedaço de paraíso oferece muitas possibilidades. Assim, em cada visita, poderá descobrir algo de novo...
Quanto aos serviços, não haverá missas na Gruta Santa de Covadonga durante o verão. Continuará a ser um local de culto para visitar a Santina.
Por outro lado, na Basílica, de segunda a sexta-feira, são celebradas várias missas diárias, se estiver interessado pode consultar o horário.
Assim, para aproveitar ao máximo todas as possibilidades desta zona, aqui tem um mini-guia para visitar Cuadonga/Covadonga, os Lagos e os seus arredores, onde começaremos pelos locais de visita obrigatória.
O que ver em Covadonga
A Gruta Santa, uma gruta cheia de magia e espiritualidade
Conhecida como a "Cova Dominica" ou Gruta da Senhora, a Gruta Santa é um lugar especial, não só por ser um local de culto, peregrinação e promessa, mas também pela magia que irradia, e é a primeira coisa com que se depara quando se chega a Cuadonga/Covadonga.
Algumas lendas antigas falam de uma ermida rupestre já no tempo de Pelayo, o que dá uma ideia do fascínio que este lugar exerceu durante milhares de anos sobre aqueles que o visitaram.
A verdade é que o assentamento monástico em Cuadonga/Covadonga está documentado desde o início do século XII, mas, seja como for, estamos perante uma devoção milenar que chegou aos nossos dias, e onde a natureza exuberante, as imponentes montanhas que rodeiam Cuadonga/Covadonga, os frondosos bosques, ou a imponente presença da água compõem um espaço de infinita beleza e muito propício à paz de espírito e de espírito...
A gruta onde se encontra a Virgem de Covadonga está situada nos contrafortes do monte Auseva, onde também se encontram os restos mortais do primeiro rei da monarquia asturiana, D. Pelayo, e do seu genro, o rei Alfonso I.
Logo abaixo da gruta, há outra cavidade por onde, na época das chuvas ou do degelo, jorra a famosa corrente do rio Mestas, uma cascata espontânea que cai no "pozón".
E o "pozón" é uma piscina de águas cristalinas, rodeada de vegetação esverdeada, onde é preciso atirar uma moeda para pedir um desejo.
Na extremidade do pozón encontra-se a mítica Fonte das Sete Bicas, à qual a literatura popular atribui poderes mágicos, afirmando que "a Virgem de Covadonga tem uma fonte muito límpida. A rapariga que bebe dela casa-se no espaço de um ano".
E anexa à Gruta encontra-se a Colegiata de San Fernando, de estilo renascentista, construída sobre o mosteiro original, escavado na rocha calcária dos Picos de Europa.
A Basílica de Covadonga, uma "catedral" no meio da natureza
A Basílica de Covadonga é, há mais de um século, um dos ícones espirituais e históricos do Sítio Real, reunindo aqui milhares de viajantes desejosos de desfrutar e descobrir um espaço único no mundo.
Esta "Catedral de Covadonga", como foi chamada durante muitos anos, foi construída no monte Cueto, uma elevação virada para o Monte Auseva, que oferece vistas privilegiadas sobre a Gruta Santa e toda a sua envolvente natural. Além disso, por estar sobre uma escarpa íngreme, dá a sensação de acariciar o céu com as suas torres, sobretudo quando se chega ao Real Sítio e o vemos tão alto.
Foi Roberto Frassinelli, "o alemão de Corao", quem inspirou o desenho da construção, de estilo neo-românico, muito de acordo com o gosto da época, e também adequado ao período histórico que se pretendia valorizar.
O rei Afonso XII fez os primeiros buracos para iniciar a construção e, com o passar do tempo, esta é uma obra de arte e um local de visita obrigatória se passar por Covadonga. Vale a pena ver as pinturas de ambos os lados do altar, as tribunas do coro, o órgão e descer à cripta, se esta estiver aberta.
Nas imediações da esplanada da Basílica, não deixe de visitar o antigo Hotel Favila, onde atualmente se encontra o Museu de Covadonga, e não deixe de visitar a Campanona, uma peça única, de onde também se tem uma vista espetacular da Basílica.
El Mirador de los Canónigos
A Cuadonga/Covadonga de outrora era um lugar muito tranquilo: uma pequena aldeia no coração dos Picos da Europa, com uma abadia, onde o abade e os cónegos levavam uma vida quase monástica...
Dessa Cuadonga/Covadonga de peregrinos e promessas, de espiritualidade e meditação, restam muitas sensações e recantos, e um deles é o miradouro dos Cónegos.
A apenas dois quilómetros da Gruta Santa, na estrada que sobe para os Lagos, do lado esquerdo, encontra-se este lugar, onde nas tardes tranquilas de Cuadonga/Covadonga, a comunidade sacerdotal contemplava o Real Sítio...
El Mirador de la Reina, para uma visão feliz
No caminho para os lagos, a cerca de 8 quilómetros da Basílica, uma paragem obrigatória é o miradouro de La Reina - que dispõe de um parque de estacionamento - e de onde se pode desfrutar de vistas maravilhosas das cadeias montanhosas do norte dos Picos de Europa, dos prados do rio Güeña e da costa cantábrica.
A vossa retina terá uma ampla panorâmica circular com os Picos de Onís, Cangas de Onís, Parres, Cabrales, chegando até à costa na zona de Ribadesella e Llanes.
E, sem dúvida, as melhores horas para desfrutar da paisagem são as primeiras da manhã ou as últimas da tarde.
Os lagos de Covadonga
Os lagos de Covadonga, uma maravilha do mundo
Os lagos de Covadonga, a 12 quilómetros da Basílica, são uma maravilha do mundo. Viajantes de todo o mundo são cativados pela sua paisagem e pela atmosfera que o seu ecossistema proporciona.
E todos, sem exceção, querem repetir a experiência de se verem em frente ao lago Ercina, com o cume da Peña Santa de Enol a projetar-se para o céu, com os seus eternos picos nevados. E, entretanto, o som das vacas asturianas da montanha, dando o mais belo concerto ao ar livre que alguma vez se ouviu...
Ou o de estar diante do Lago Enol, com o seu prado, o seu refúgio, a sua capela ou o seu clube, sabendo que debaixo das suas águas se encontra uma réplica da Virgem de Covadonga, que os mergulhadores trazem à superfície todos os dias 8 de setembro.
Os lagos de Covadonga, admirados pelos viajantes, retratados pelos artistas, investigados pelos cientistas, objetivo dos desportistas, são um dos lugares mais filmados do planeta, sobretudo por serem o final da etapa da Volta a Espanha.
Refúgio de pastores e inspiração para a criação de um dos melhores queijos do mundo, o Gamonéu, os Lagos são um ponto de referência para caminhantes, montanhistas e viajantes experientes...
Mirador del Rey, o grande miradouro com vista para a floresta de faias de Pome
É precisamente no final do caminho que atravessa a Vega de Enol, que se encontra o Mirador del Rey, o grande miradouro sobre a floresta de faias ou fayéu de Pome. O miradouro tem também a vantagem de ter painéis interpretativos.
Nas Astúrias, e naturalmente nos Picos da Europa, as florestas de faias são um espetáculo da natureza durante todo o ano: na primavera, com os seus rebentos verdes de pura vida, e no outono, com as múltiplas tonalidades da sua folhagem, que transformam a floresta numa infinita espiral cromática.
É por isso que a vista da floresta é sempre uma bênção do céu...
O Bricial, o terceiro lago
E neste passeio vamos contar-lhe um segredo: os lagos de Covadonga não são dois, são três...
Sim, é verdade. Existe um lago temporário chamado El Bricial, ao qual se pode chegar pelos caminhos de pastores que partem dos prados de La Ercina ou Enol.
O caminho mais cómodo é o que parte da pequena capela de Santiago na Vega de Enol.
El Bricial está situado no sopé do pico com o mesmo nome e, mesmo em frente, encontra-se a floresta de faias do Monte Palomberu, outra maravilha arborizada do Parque Nacional dos Picos da Europa.
A melhor altura - se tiver sorte - para ver este curioso lago "intermitente" é na primavera, coincidindo com o degelo. Verá que pode fazer um percurso circular, ou seja, ir por La Ercina e regressar por Enol, ou vice-versa.
O miradouro de Entrelagos, com vistas únicas
Este é o miradouro na colina que separa os lagos Enol e Ercina. Aqui existia um hotel de montanha, e atualmente existe uma cabana para uso do viveiro do parque.
Quer suba a partir do lago Enol ou do lago Ercina, pode fazer um passeio calmo e fácil, e no cimo terá uma vista única: numa panorâmica, verá os dois lagos ao mesmo tempo, uma perspetiva que não pode ser obtida de nenhum outro local do Parque.
Miradouro de El Príncipe e da Vega de Comeya
O miradouro do Príncipe é outro desses lugares com vistas espectaculares que não se pode perder nos Picos de Europa. Situado nos arredores da zona de Buferrera, no maciço ocidental dos Picos, oferece uma bela vista panorâmica da Vega de Comeya.
Comeya é hoje uma grande planície húmida, também conhecida como o lago ausente de Cuadonga/Covadonga, porque foi outrora um grande lago que, com o passar do tempo, secou, devido às condições porosas do subsolo.
Ficará impressionado se o percorrer. É enorme, muito verde. Uma planície entre montanhas que ainda conserva os restos de antigas instalações mineiras, e que nos dá uma ideia do universo vivo e mutável dos Picos de Europa.
As minas de Buferrera, uma história da exploração mineira nos Picos de Europa
Na zona dos lagos de Covadonga existiu exploração mineira e, embora esta atividade tenha cessado na década de 1970, subsistem vestígios que dão uma ideia da riqueza geológica da zona e da dureza do trabalho extrativo que ali se realizou durante séculos.
A visita às minas de Buferrera, no meio de uma paisagem surpreendente, é instrutiva e didática, além de divertida. O espaço foi restaurado e remodelado para que se possam visitar os túneis e as instalações mineiras.
Assim, quando se sai deste mundo subterrâneo onde se extraíam minerais como o ferro, o manganês e o mercúrio, dá-se de caras com um mundo verde, com picos e maciços calcários como pano de fundo, com lagos e nascentes, e vacas com os seus rebanhos nos currais.
Em suma, o binómio mineração e montanha na sua expressão máxima de beleza e autenticidade.
El Mirador de la Princesa
Leonor de Borbón é a primeira princesa na história de Espanha a ter uma dedicação nos Picos da Europa sob a forma de um miradouro.
O Miradouro da Princesa, o último a ser inaugurado nos Picos de Europa em setembro de 2018 para comemorar o centenário do Parque Nacional, está localizado no pico Sohornín, a mais de 1000 metros de altitude, com o Lago Enol a seus pés e uma vista panorâmica dos grandes picos do maciço ocidental dos Picos de Europa.
É também o quarto miradouro dedicado à realeza espanhola na parte asturiana dos Picos da Europa.
Aqui, a história e a natureza andam de mãos dadas, unidas por vistas esplêndidas.
Precisamente as vistas que se podem contemplar a partir deste miradouro são as que se mostram na foto de capa deste post.
O Centro de Interpretação Pedro Pidal, ideal para conhecer este espaço.
O Centro leva o nome do impulsionador da Lei de Parques Nacionais de 1916, responsável pela criação do primeiro parque, a Montaña de Covadonga, em 1918, antecessor do Parque Nacional dos Picos da Europa.
Na receção do centro existe um espaço dedicado à vida e à história de Pedro Pidal, Marquês de Villaviciosa, personagem multifacetada e aventureira, grande conhecedor destas montanhas e à frente do seu tempo.
O centro está dividido em sete secções: Receção, Pedro Pidal, Os Picos da Europa, O Homem nos Picos da Europa, Sala Audiovisual, Rede de Parques Nacionais e Livraria-Livraria.
De facto, procura oferecer uma síntese do ecossistema natural e humano dos Picos, com uma perspetiva evolutiva e histórica.
Existe também um arboreto no exterior com espécies autóctones, e todo o complexo está muito próximo do Museu Mineiro de Buferrera.
Informações práticas
Percursos
O Parque Nacional dos Picos de Europa e os seus arredores oferecem-lhe uma infinidade de opções para o seu tempo livre.
Será mais do que evidente que estamos num verdadeiro paraíso das caminhadas, com rotas tão emblemáticas como a rota Frassinelli (PR-PNPE. 1), que vai desde o parque de estacionamento de Buferrera até Corao, passando por Vega de Comeya, Cañavalles, Tarañodios, Uporquera, El Pandal e Abamia.
Ou a rota de Los Lagos (PR-PNPE. 2), que também começa no parque de estacionamento de Buferrera e regressa a este lugar, passando pelo Centro de Visitantes Pedro Pidal, o Miradouro do Príncipe, a Mina de Buferrera, o Lago Ercina, o Bricial, o Bosque de Faias de Palomberu, a Vega de Enol e o Lago Enol.
Portanto, é muito gratificante desfrutar da natureza neste ambiente, e se decidir fazê-lo com um guia profissional, a experiência será extraordinária.
Visitas a queijarias
Mas também se pode visitar as queijarias para conhecer in situ o fabrico e o sabor de queijos tão característicos da zona como o Cabrales ou o Gamonéu. Estes queijos podem ser provados em qualquer um dos restaurantes da zona, ou comprados diretamente em lojas gastronómicas ou nas próprias queijarias, algumas das quais abertas a visitantes.
Actividades turísticas activas
E se os rios são a sua praia, pode fazer uma descida turística de um rio histórico como o Sella. É uma atividade simples, muito adequada para famílias ou amigos, e pode também levar consigo os seus animais de estimação.
Canyoning, escalada, passeios a cavalo, percursos de buggy ou quadriciclo, etc. são outras opções possíveis.
Em suma, há um sem fim de possibilidades ao seu alcance, num ambiente 100% natural, onde a tranquilidade é um valor identitário da zona.
Como chegar a Cuadonga/Covadonga
Para tirar o máximo partido deste destino, é importante saber como lá chegar. A fim de proteger o Parque Nacional dos Picos da Europa (Reserva da Biosfera), foi concebido um Plano de Acesso aos Lagos de Covadonga exclusivamente para transportes públicos. Este plano regula o acesso durante os dias de ponta da Páscoa, do verão e dos fins-de-semana prolongados.
No resto do ano, os veículos particulares podem circular livremente. O troço de estrada encerrado é o que vai de Cuadonga/Covadonga até aos Lagos.
Durante os períodos regulamentados, uma frota de autocarros garantirá a viagem entre Cangas de Onís, Cuadonga/Covadonga e os lagos, fazendo paragens nos principais pontos de interesse do percurso.
Também é aconselhável comprar os bilhetes com antecedência, https://www.buslagoscovadonga.es/.
Onde ficar na zona
Naturalmente, toda a área oferece-lhe alojamento confortável e acolhedor para mergulhar na natureza e na atmosfera desta parte do Paraíso Natural.
Aqui tem informações sobre onde dormir na zona, e também à distância de um clique pode fazer a sua Reserva Online.
Recomendações
O que deve saber...
- É proibido pescar ou tomar banho nos lagos.
- É uma Reserva da Biosfera e, para não prejudicar o ecossistema, é aconselhável não sair dos caminhos. Também não se deve fazer torres com as pedras do lago, para não alterar o ecossistema.
- É um local público que muitas pessoas utilizam para se desligarem. Tente falar baixo para não incomodar.
- Os animais estão livres no seu habitat natural, não os perturbe nem os alimente.
- Se levar o seu animal de estimação consigo, deve mantê-lo sob controlo. Os animais de estimação devem ser mantidos com trela.
- Não se esqueça de apanhar o seu lixo.
- Não deite lixo.
- Por vezes, o tempo muda rapidamente. Por esta razão, é aconselhável levar roupa quente, mesmo no verão, e, claro, um casaco.
- Se vai fazer caminhadas, não se esqueça de levar água e comida.
- E muito importante: informe-nos sempre do percurso que vai fazer, em caso de qualquer incidente, para que o possamos localizar. A cobertura de telemóveis nem sempre está disponível.
- Se tiveres algum problema, não te esqueças de ligar para o 112.
- Antes de ir para os lagos, informe-se sobre as condições climatéricas.
- Se estiver no seu veículo, conduza sempre com precaução. Pode aparecer nevoeiro ou gelo, que são sempre factores de risco.
- Lembre-se sempre que está na alta montanha e que o melhor aliado para desfrutar ao máximo é a prudência.

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