Mosteiro de Santa María la Real de Obona

As origens do mosteiro de Obona não são claras, pois existem dúvidas sobre a veracidade do seu documento de fundação, que atribui a sua criação a Adelgaster, filho do rei Silo, no ano 871. Outros documentos atestam a sua existência no século X e, no século XII, era um importante centro beneditino para homens. Depois de visitar o mosteiro, Afonso IX concedeu-lhe o privilégio de passagem obrigatória para os peregrinos a caminho de Santiago, o que aumentou o seu controlo económico e cultural sobre a zona. No auge do seu esplendor, os monges de Obona aplicaram técnicas inovadoras de agricultura e pecuária e ensinaram filosofia e teologia.

No século XII, o mosteiro de Obona era um importante centro beneditino, constituído pela igreja, o claustro, os edifícios do convento e a casa de hóspedes. Atualmente, encontra-se num estado muito alterado, sendo a igreja a construção mais antiga.

A igreja é um templo românico do século XII que se conservou com poucas alterações. Apresenta uma morfologia que combina a arquitetura beneditina com a estética cisterciense, baseada na ausência de decoração e na austeridade das paredes. A planta da basílica divide-se em três naves de cinco tramos, terminando numa tripla cabeceira, precedida de um tramo reto, onde a capela-mor é muito maior do que as capelas laterais.

A cobertura da nave é de madeira, enquanto as absides são rematadas por abóbadas de berço e abóbadas de quarto de esfera. O portal ao pé da igreja, sob o telhado de telha, está ligeiramente avançado e é composto por quatro rosetas em arco suportadas por oito colunas de fuste curto coroadas por capitéis. Sobre a cobertura de telha, um corpo retangular alberga o campanário com dois sinos. A porta lateral é muito simples e sem adornos. O exterior da cabeceira é poligonal, enquanto o interior é hemisférico.

No século XVII, o mosteiro começou a sofrer alterações. O claustro ficou incompleto. Está dividido em dois pisos de conceção diferente: o piso inferior tem arcos semicirculares com perfis moldados e o piso superior tem aberturas quadrangulares, separadas por longas pilastras que partem do piso inferior. Os fundadores do mosteiro foram sepultados no claustro original, mas no século XVI os seus restos mortais foram transferidos para o interior da igreja.