Forte de Pendia

A história da investigação deste pequeno castro está diretamente ligada à de Castelón de Coaña, já que foram escavados simultaneamente no início dos anos 40 por Antonio García y Bellido e Juan Uría Ríu.

No entanto, a primeira notícia da sua existência deve-se a Bernardo Acevedo y Huelves, que em 1898 fez uma primeira descrição das ruínas, que foi ampliada em 1929 por Alejandro García. Em 1934, José Artime, morador de Boal, efectuou algumas escavações e, finalmente, em 1940, iniciaram-se os trabalhos de exumação do resto do povoado.

Em 1999, a Consejería de Cultura do Principado das Astúrias empreendeu a reexcavação dos edifícios mais importantes como passo prévio à consolidação completa do sítio, no âmbito das intervenções programadas no Plano Diretor Arqueológico da Bacia de Navia, trabalho realizado sob a direção de Fernando Rodríguez del Cueto e Ángel Villa Valdés.

O castro foi descrito como um povoado enigmático devido à impressionante desproporção entre as monumentais fortificações (fossos e muralhas) e o reduzido recinto que protegiam, no qual apenas foi exumada uma dezena de cabanas.

O acesso faz-se por um caminho estreito que deixa à esquerda o fosso defensivo que isolava o povoado do resto da serra. Na sua escarpa interior vê-se a muralha que termina numa torre no ponto mais alto do recinto e da qual se pode desfrutar de uma esplêndida vista do conjunto.

No interior, há uma dúzia de cabanas, de forma circular ou oblonga, entre as quais se destaca pela sua dimensão e isolamento a situada no sector norte, construída dentro de um recinto separado do povoado por uma segunda muralha.

Estas grandes construções são comuns nos povoados fortificados e são interpretadas como edifícios de uso coletivo. Algo semelhante ao que acontece com as duas saunas. Trata-se de construções singulares, comuns nas fortalezas do monte Navia, de planta retangular, coberturas de falsa abóbada com capela-mor semicircular na mais antiga e quadrangular na segunda.

O povoado foi fundado na Idade do Ferro (séculos IV-IX a.C.), embora tenha sido ocupado até ao século I d.C. sob o domínio romano.