Se já assinalávamos a aparição dos Picos da Europa no seu encontro com os concelhos de Peñamellera Alta e Peñamellera Baja, a coisa torna-se mais sublime chegados a Cabrales, e assim continuará nesta viagem de regresso até ao centro oriental das Astúrias por Onís, Cangas de Onís e Amieva. O Parque Nacional dos Picos da Europa é o grande espetáculo. No Maciço Central estão os cumes mais altos da cordilheira Cantábrica, com os Urrieles, onde está o Picu Urriellu, que é como lhe chamam os cabraliegos, ainda que outros o conheçam como o Naranjo de Bulnes, com 2 519 metros de altitude.

Cabrales é berço do montanhismo mundial, mas também dos que gostam de passear por rotas mais simples, além disso de, juntamente com a Peñamellera Alta, onde se elabora o queijo de Cabrales, com denominação de origem protegida. Conta com povoados singulares como Camarmeña, Tielve, Sotres, Berodia, Inguanzo, Carreña, Asiego… e diversos miradouros para Urriellu como o do Pozo de la Oración o de Pedro Udaondo, apenas para citar alguns, além de muitas rotas onde a subida a Bulnes e a rota de Cares são as que contam com mais público. Mas há muitas mais.

Picu Urriellu (Cabrales)

Picu Urriellu (Cabrales).

Rota del Cares (Cabrales)

Rota del Cares (Cabrales).
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E se Cabrales e Peñamellera Alta são as zonas onde se elabora o queijo de Cabrales, Onís e Cangas de Onís é onde se realiza um queijo não menos famoso: o Gamonéu.

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Onís encontra-se em pleno coração do Maciço Ocidental dos Picos, cuja capital é Benia. Entre alguns dos seus povoados a descobrir estão Demués, Gamonéu, que se reparte, curiosamente, entre os concelhos de Onís e Cangas de Onís, e outros lugares como Remís, Sirviella, Castru, Avín o Villar. Imprescindível conhecer uma queijaria de gamonéu del valle, variedade que fazem todo o ano, uma vez que o do porto, sazonal e artesanal, só se fabrica no porto nos meses de verão.

Queijo Gamonéu (Onís)

Queijo Gamonéu (Onís).

Chegados ao concelho de Cangas de Onís, centro turístico desta zona, a sua capital, Cangues d'Onís/Cangas de Onís, é um ferver de idas e vindas dos viajantes procurando, além de lembranças que comprar para os seus, tirar a foto obrigatória junto à ponte medieval, de traçado romano, de que pende a Cruz da Vitória, que representa as Astúrias e todos os asturianos.

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Do ponto de vista cultural, Cangues d'Onís/Cangas de Onís tem, sem dúvida, uma riqueza tremenda.

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Ponte de Cangues d'Onís/Cangas de Onís

Ponte de Cangues d'Onís/Cangas de Onís.

Baste citar como visitas obrigatórias, apenas para nomear algumas, as da gruta do Buxu, o dólmen de Santa Cruz e Abamia. No concelho é imprescindível visitar o santuário de Cuadonga/Covadonga, a basílica de Santa María la Real, a Santinha, a Virgem de Cuadonga/Covadonga, padroeira de todos os asturianos, na Santa Cueva e, sem dúvida também os lagos e todo o espaço natural compreendido no Parque Nacional dos Picos da Europa de uma beleza estonteante.

Tesouros da natureza aguardam-nos também nos próximos concelhos de Amieva e Ponga. Amieva encontra-se no vale alto do rio Sella. A sua construção mais antiga é Santa María de Mián. Tem vários casarões de interesse, assim como pontes atraentes para a fotografia, como a dos Graznos, à entrada do impressionante desfiladeiro dos Beyos.

Santa Cueva (Cangas de Onís)

Santa Cueva (Cangas de Onís).

Vale de Angón (Amieva)

Vale de Angón (Amieva).
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Não esqueçamos além disso que tanto aqui como em Ponga se fabrica o famoso queijo de Beyos.

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Uma das suas rotas lindas e simples é a do Beyu Pen, sem esquecer também a de La Jocica. Sames, Vis e Carbés são alguns dos lindíssimos povoados, além do impressionante vale de Agnón.

Bosque de Peloño (Ponga)

Bosque de Peloño (Ponga).

E se Amieva encanta, o mesmo acontece com Ponga. O seu parque natural é um espetáculo com maiúsculas. A capital, San Xuan/San Juan de Beleño, convida a vaguear, bem como vaguear por povoados como Tarañes, Sobrefoz, Sellañu, Viegu, Abiegos, Valle Moru (povoado abandonado), Tanda, Vibuli ou Cazu. Lindíssimo o porto de Ventaniella, e não o é menos o bosque de Peloño, bem como a estrada que, após passar Viegu, desce até ao desfiladeiro dos Beyos para descobrir lá em cima o povoado de El Beyu. Imprescindível a visita ao Centro de Interpretação do Parque Natural de Ponga, que se encontra à saída de San Xuan/San Juan de Beleño.

Vale de Borines/Boriñes (Piloña)

Vale de Borines/Boriñes (Piloña).

Finalize esta viagem pelo Oriente em Piloña e Parres. A capital de Piloña é L'Infiestu.

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Pensar em Piloña é pensar na rota da Foces del Infierno, o santuário da Virgem da Gruta, a gruta do Sidrón, o reino da avelã, os espigueiros e paneras do povoado de Espinaréu e a arquitetura tradicional bem conservada no bairro de Valledal, em Villamayor.

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Espinaréu (Piloña)

Espinaréu (Piloña).

Entre os povoados com encanto está Anayo, de onde de novo existem umas vistas espetaculares dos Picos. Cerecea, San Román, Valles, Valle, El Texedal e Santianes sã outros. E de Piloña, ao concelho de Parres, cuja capital é Arriondas/Les Arriondes, extremamente conhecida no mundo por ser de onde partem os canoístas que participam todos os anos na Descida Internacional do Sella, emblemático rio asturiano, para terminar em Ribadesella/Ribeseya. A conhecida como "Fiesta de les Piragües" foi fundada em 1930 por Dionisio de la Huerta, Manés Fernández e Alonso Argüelles. Entre as rotas mais destacadas estão a subida al Picu Pienzu, que as pessoas iniciam à altura de La Cruz de Llames ou desde o Fitu e a subida a La Mota Cetín. Povoados pitorescos são Arenes, Llames e Vallubil.

Descida Internacional do Sella (Parres)

Descida Internacional do Sella (Parres).